Congestionamento logístico coloca em risco retomada econômica 

A pandemia interrompeu o comércio internacional, elevando o custo do transporte marítimo de mercadorias e adicionando um novo desafio à recuperação econômica global. Na costa da Califórnia, dezenas de navios porta-contêineres estão parados há semanas, ao mesmo tempo que em outras partes do globo exportadores lutam para enviar suas mercadorias para a Ásia. Tudo isso, porque a situação mexeu com o transporte de cargas e com o fluxo de contêineres.

Assim que o vírus surgiu na China, no início do ano passado – levando o governo a fechar fábricas para conter sua propagação -, a indústria naval se preparou para uma crise. Mas, a demanda pelas caixas de metal que transportam mercadorias em pilhas altas sobre enormes navios superou a disponibilidade na Ásia, resultando em escassez lá, assim como se acumulam nos portos americanos.

Ao contrário da crise financeira, quando a recuperação econômica demorou anos para ganhar força, as fábricas chinesas voltaram com força total na segunda metade de 2020, gerando uma demanda robusta por embarques. Surgiram pedidos de equipamentos de proteção, como máscaras cirúrgicas e jalecos, usados ​​pela equipe médica da linha de frente, muitos deles fabricados na China. As fábricas chinesas cresceram e os navios porta-contêineres transportaram seus produtos para destinos em todo o planeta.

Os protagonistas da novela

Desde que foram implantados pela primeira vez em 1956, os contêineres revolucionaram o comércio, permitindo que os produtos fossem embalados em recipientes de tamanho padrão e içados por guindastes para vagões e caminhões – efetivamente encolhendo o globo.

Os contêineres são como os monitores de tela plana fabricados na Coreia do Sul, movidos para fábricas na China – que montam smartphones e laptops – e após enviados do Pacífico para os Estados Unidos. Se movimentam através do globo e entrelaçam países, qualquer obstáculo nesse processo significa atraso e custo extra para alguém.

A pandemia interrompeu todas as etapas da jornada.

Remessas de contêineres vazios para frear o caos do comércio internacional

A situação que está sendo relatada nos USA, serve para todo o mundo. Hoje, no Brasil, a exportação já sofre com os reflexos dessa falta de equipamentos e muitos destinos já não têm espaço para embarque até o fim de abril, alguns apenas no começo de maio.

Para tentar conter o congestionamento logístico, cada vez mais os transportadores estão descarregando os navios na Califórnia e, imediatamente, colocando as caixas vazias de volta ao mar para o trajeto de retorno à Ásia – sem esperar para carregar grãos ou outras exportações americanas. Ou seja, muitas vezes a empresa tem o espaço no navio, mas não consegue levantar o container vazio para carregar a sua mercadoria. Problema prático de atrasos em todos os lados, com os valores em alta e serviços cada vez mais precários.

Para tentar minimizar os impactos negativos, a Amazon FF indica a todos que busquem realizar a programação antecipada dos embarques – a fim de garantir espaço no navio e disponibilidade de container.