O transporte de mercadorias nas relações comerciais entre todos os continentes é realizado tendo uma peça fundamental: os contêineres. Afinal, neles viajam desde commodities (agronegócio, madeira, papel e celulose) a carnes e congelados, bens de consumo, eletroeletrônicos e automotivos. Ou seja, na falta de contêineres, todo o comércio exterior é impactado fortemente.
Já que este tema é de grande relevância para exportadores e importadores, continue a leitura e confira as principais conclusões de um importante estudo realizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) sobre a evolução do mercado mundial de transporte de contêineres e a oferta desta modalidade no Brasil.
Demanda crescente
O transporte de mercadorias continua a se expandir rapidamente devido à crescente demanda por produtos na economia mundial. Por consequência disso, a utilização de contêineres também foi ampliada de forma significativa. Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), de 2010 a 2019, por exemplo, houve aumento no movimento de cargas de 56,8% nesse segmento. Aqui no Brasil, em 2019, as cargas em contêineres responderam por 42% do valor das exportações, equivalente a cerca de US$ 94
bilhões.
Principais fatores que contribuíram para a expansão do transporte de contêineres nas últimas décadas
- Avanços tecnológicos e operacionais no mercado de navegação: segundo o estudo da CNI, a rápida conteinerização das cargas aumentou a segurança e reduziu drasticamente o custo e o tempo do transporte;
- Aumento da competição e redução de custos a partir da década de 80: empresas de navegação passaram a buscar estratégias não mais baseadas na fixação de tarifas e redirecionaram seus esforços para a redução do custo unitário e aumento da eficiência do transporte. Então, “Iniciou-se um processo de fusão, verticalização e de
alianças globais baseadas no compartilhamento de operações, embarcações e contêineres” aponta o estudo.
Transporte de contêineres no Brasil
Apenas 1,3% do transporte mundial de contêineres corresponde a operações brasileiras. Isso porque, de acordo com o estudo da CNI, as maiores empresas de navegação se organizam em três grandes alianças que concentram cerca de 93% da capacidade de movimentação de contêineres nas principais rotas internacionais: “Esse poder de mercado dos armadores cria uma assimetria em relação aos usuários dos serviços de transporte de contêineres, especialmente em países fora das principais rotas internacionais e com uma movimentação de carga relativamente baixa, como é o caso do Brasil”, aponta.
A seguir, confira o levantamento dos principais números relativos ao transporte de contêineres nos últimos anos aqui no Brasil.
O estudo da CNI indica que a movimentação de contêineres em rotas de longo curso em portos brasileiros apresentou crescimento significativo ao longo dos anos 2010, como pode se verificar no gráfico abaixo.
Origem das exportações conteinerizadas
Conforme o estudo, terminais de cinco estados respondem por 90% das exportações em contêineres no Brasil: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Já em relação a rotas de longo curso, 14 terminais respondem praticamente pela totalidade dos contêineres embarcados, sendo o principal deles o terminal do porto de Santos.
Destino das exportações em contêineres
As rotas mais utilizadas para exportações conteinerizadas, segundo o estudo da CNI,
são as listadas abaixo:
- ASIA – Ásia;
- ECNA – Costa Leste da América do Norte;
- EURO – Norte da Europa;
- GULF – Golfo do México e Caribe;
- MEDI – Mediterrâneo e Oriente Médio;
- WCSA – Costa Oeste da América do Sul.
Confira o estudo da CNI na íntegra
O levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) traz, ainda, análise aprofundada sobre a concorrência no transporte de contêineres, dados relativos aos serviços operados e evolução da rede de terminais e dos portos de destino da carga. Para saber mais, acesse o estudo completo clicando aqui.